2025-05-06 IDOPRESS
O Banco Central,em Brasília — Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
GERADO EM: 06/05/2025 - 00:01
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O Banco Central (BC) inicia hoje a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que vai definir qual será a taxa básica de juros (Selic),25% ao ano. O colegiado formado pela diretoria do BC é liderado pelo presidente da instituição,Gabriel Galípolo.
Ontem,na véspera do início da reunião — cujo resultado só será conhecido na quarta-feira — pela primeira vez em quatro meses,agentes do mercado financeiro apontaram uma redução na expectativa para Selic no fim do ano.
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O Boletim Focus divulgado ontem estima que a taxa fechará 2025 a 14,75% ao ano. Antes,o levantamento realizado pelo BC com analistas financeiros era de 15%. A Selic é o principal instrumento do BC para controlar a inflação.
Além da primeira redução na previsão para a Selic após dezesseis semanas seguidas,o Boletim Focus também revisou para baixo a estimativa da inflação em 2025,de 5,55% para 5,53%. É a terceira semana seguida de queda nas previsões para o IPCA,mas as projeções ainda estão um ponto percentual acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN),de 4,5%.
O presidente do Banco Central,Gabriel Galípolo,em sessão solene na Câmara — Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo
O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC se reúne a partir de hoje para um encontro de dois dias,e a expectativa majoritária no mercado financeiro é de uma alta de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros,fazendo a Selic chegar a 14,75% ao ano.
Se o cenário for confirmado,será o maior patamar desde agosto de 2006,quando a Selic estava em 14,75% ao ano — a taxa básica de juros do país ficou neste nível de 20 de julho a 30 de agosto de 2006.
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Para o banco Citi,o BC deve aumentar a taxa para 14,75% e encerrará o ciclo de alta neste patamar,mantendo a Selic até o início do ano que vem: “Olhando à frente,esperamos que o cenário inflacionário projetado pelo Copom melhore,com menor pressão dos preços dos bens comercializáveis e novos sinais de desaceleração doméstica”,afirmaram em relatório os analistas Leonardo Porto e Paulo Lopes.
Em relatório a clientes,o C6 Bank aposta que o Copom deixará em aberto os próximos passos da política monetária e avalia que discursos recentes de diretores do Banco Central apontam um tom mais cauteloso. “As expectativas de inflação continuaram elevadas e acima da meta estabelecida”,diz o banco.
Na XP,o time liderado pelo economista-chefe Caio Megale vê uma alta de 0,5 ponto percentual na reunião de amanhã e um outro aumento na reunião de junho: “Entendemos que os acontecimentos desde a última reunião do Copom corroboram a indicação de uma condução gradual da política monetária. Mas ainda sugerem,em nossa opinião,a necessidade de ajuste adicional para garantir a desinflação no futuro”.
Gustavo Sung,economista-chefe da Suno Research,tem como cenário-base um aumento de 0,75 ponto percentual na reunião desta quarta-feira,com possibilidade de uma alta menor,de 0,50 ponto percentual. Ele projeta o fim do ciclo de alta com a Selic a 15,25% ao ano.
“Para a reunião de junho,consideramos mais prudente manter o cenário em aberto,permitindo uma avaliação mais precisa da evolução do cenário doméstico e internacional,ajustando a política monetária conforme necessário”,afirma Sung em relatório.
Na última reunião,em março,o Copom elevou a taxa básica em 1 ponto percentual,para 14,25% ao ano,mas deu poucas indicações e deixou em aberto os seus próximos passos.
Se o cenário de alta da Selic para 14,75% ao ano se confirmar,será o maior patamar dos juros desde agosto de 2006.
A previsão do Focus para o dólar no fim do ano caiu de R$ 5,90 para R$ 5,86. A expectativa para o PIB se manteve em 2%.
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